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Imigração Italiana no Brasil

Desde o período colonial, alguns italianos marcam sua presença nas páginas da História do Brasil: nas expedições marítimas portuguesas, os italianos se destacaram como navegadores; nas missões jesuíticas do Rio Grande do Sul, como arquitetos. A vinda de italianos par o Brasil tornou-se mais sistemática no século XIX, após a implantação por D. João VI do projeto de imigração europeia.

Na segunda metade do século XIX, ocorreu um dos maiores movimentos migratórios da história da humanidade: 10 milhões de europeus rumaram para a América. Entre 1875 e 1900, 803 mil imigrantes europeus chegaram no continente americano por portos brasileiros. Desse total, 577 mil eram italianos. A cada 1000 imigrantes europeus para a América, 57 eram italianos que adotaram o Brasil, espalhando-se pelo país, sobretudo em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

A vinda de imigrantes italianos para o Brasil ocorria de duas formas: espontâneas e organizada. A imigração espontânea iniciou na primeira metade do século XIX, formada por famílias e indivíduos isolados que vinham tentar a sorte nas cidades: entre eles estavam padres, músicos, arquitetos, industrialistas, alfaiates e artistas plásticos.

A imigração organizada de europeu para o Brasil tem duas etapas. Em 1845, foi aprovada uma lei que garantia subvenção governamental para financiar a imigração, visando introduzir nos cafezais o sistema de parceria, introduzindo a mão-de-obra branca livre em paralelo ao trabalho escravo.

A segunda fase acompanha o surgimento da Associação Auxiliadora da Colonização e Imigração para a Província de São Paulo, em 1871, e a Sociedade Promotora da Imigração em São Paulo em 1866, que estimulavam a imigração, com subvenção estatal, passagens gratuitas, recepção no porto, acomodação e transporte até as fazendas de cafezais. Os números são impressionantes: ente 1874 e 1889, vieram para o Brasil, ao todo, 320.373 italianos quase a metade para São Paulo.

Os imigrantes eram recrutados por agentes a serviço das sociedades promotoras da imigração, os quais vendiam a imagem de um paraíso no Brasil. Os italianos imaginavam que viriam para o “paese dela cucagna” (país da fortuna). A travessia do Atlântico durava de 14 a 30 dias. Superlotação e epidemias nos navios eram constantes.

Ao chegarem, permaneciam em quarentena nas hospedarias mantidas pelo governo, de onde tomavam dois rumos distintos: os cafezais paulistas, em substituição ao escravo, ou as colônias do Rio Grande do Sul, em busca do sonho de liberdade e independência.


Artigo publicado em https://bit.ly/3PC2MbW

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